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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Florianópolis é a melhor capital do país para se empreender e desenvolver novos negócios, aponta estudo



Mão de obra e infraestrutura são principais motivos.

Qualidade de vida, infraestrutura, nível educacional e condições de inovação são os principais elementos que qualificaram Florianópolis como a melhor cidade do país para empreender e desenvolver os negócios no primeiro Índice das Cidades Empreendedoras (ICE)

Na pesquisa elaborada pela ONG internacional de fomento ao empreendedorismoEndeavor, a cidade ficou à frente de outras 13 capitais que possuem regiões metropolitanas de alto crescimento. 

– Entre todas as cidades analisadas, Florianópolis foi a que obteve os resultados mais equilibrados e positivos – avalia Juliano Seabra, diretor-geral da Endeavor Brasil. 

O estudo, que será apresentado nesta segunda-feira em São Paulo, destaca Florianópolis com o índice geral mais alto entre todas as capitais analisadas, seguida de São Paulo (SP) e Vitória (ES).



 Entre os quesitos analisados, a capital catarinense se destacou principalmente em dois:acesso da população à internet (77%) e mobilidade urbana (só 28% dos trabalhadores levam 30 minutos ou mais para chegar ao trabalho), ambos enquadrados dentro do indicador infraestrutura. 

Gerar mais riquezas está entre os desafios 
Dados divulgados pela prefeitura de Florianópolis em 2012 mostram que as 600 empresas de base tecnológica no município alcançavam R$ 1 bilhão em faturamento. No mesmo ano, elas foram responsáveis pela geração ou manutenção de 6 mil empregos diretos, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 

– Há 30 anos, Florianópolis contava com poucas empresas. Hoje é candidata a ter cada vez mais companhias de alto crescimento no futuro – analisa Luiz Guilherme Manzano, coordenador da Endeavor em SC. 

Apesar dos bons resultados, Florianópolis ainda tem muito a crescer. A cidade possui um grande potencial de consumo, mas um mercado restrito, com o menor Produto Interno Bruto (PIB) entre todas as 14 capitais analisadas pela pesquisa. Por isso, empreendedores que busquem abrir grandes negócios deverão, provavelmente, tentar expandir as fronteiras para outras cidades. 

A lentidão burocrática é outro entrave ao empreendedorismo florianopolitano. Com uma média de 80 dias de espera, a cidade é a terceira mais lenta para se abrir um negócio novo – muito mais que o primeiro lugar (Goiânia, 32 dias) e menos que o último (Porto Alegre, 245 dias em média). 

Mas há outros aspectos positivos aos empresários quando se pensa em abrir um negócio na cidade. Os salários praticados na capital catarinense estão abaixo da média das cidades analisadas: dirigentes em Florianópolis têm um salário médio aproximadamente igual a 45% dos praticados em São Paulo, sinaliza o estudo.

A cidade também apresenta infraestrutura equilibrada, com fácil mobilidade, boa segurança e custos de imóveis e energia elétrica abaixo da média. 

Educação e profissionalização impulsionam negócios 
Embora Florianópolis tenha se saído relativamente bem em todos os itens analisados pela Endeavor, o indicador em que a cidade mais se destacou foi Capital Humano, que analisa questões como a oferta e a qualidade da mão de obra. 

acesso à educação no Estado e na Ilha de Santa Catarina, tanto no ensino básico quanto no especializado, é apontado como a principal motivação para o resultado positivo. Com mais de 30% da população com diploma de graduação, a cidade pode ser considerada um polo de mão de obra bem qualificada. 



Mais de 85% dos habitantes de Florianópolis têm ao menos nível básico de ensino, sendo que a única capital que se aproxima deste índice é Vitória (ES). 

Além disso, quase 60% dos universitários estudaram em instituições com notas máximas (4 e 5) no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), um índice três vezes maior que a média das outras capitais avaliadas. 

"Há muita mão de obra, mas demanda é ainda maior"

Fundador e CEO da empresa de tecnologia Neoway, Jaime de Paula concorda que a capital catarinense possua elementos que favoreçam o empreendedorismo, mas diz que ainda precisa buscar profissionais qualificados em outros Estados. A empresa tem sede em Florianópolis, no bairro Itacorubi, e apresenta um crescimento médio anual de 50%. 

A prosperidade dos negócios na Capital geram ao empresário aumento constante da demanda, incremento no número de colaboradores e aposta em qualificar os profissionais que atuam na empresa. 

– A mão de obra em Florianópolis é muito qualificada, mas insuficiente para nossa demanda. Temos convênios com duas universidades de São Paulo, que são bastante voltadas à área tecnológica, e constantemente sobra espaço para colaboradores especializados – contrapõe. 

Para Jaime de Paula, a cidade tem mais dois pontos positivos: o baixo custo de vida em comparação com outras capitais e – surpreendentemente – a boa mobilidade. 

– Atuamos em São Paulo e posso garantir que, praticamente com a mesma estrutura, a produção aqui é pelo menos 30% maior e 50% mais barata que lá. 

De centro administrativo a centro empreendedor 

Quando a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi fundada, em 1962, Florianópolis era "apenas" o centro administrativo do Estado. A falta de professores renomados fez com que a instituição buscasse acadêmicos de países mais adiantados nas áreas tecnológica e de empreendedorismo. 

A demanda levou a uma alta de convênios com instituições internacionais e de experiência acadêmica e profissional – tanto foi que, em 1984, o professor e engenheiro mecânico Carlos Alberto Schneider, ao voltar do doutorado na Alemanha, criou aFundação Centro de Referência em Tecnologias Inovadoras (Ceti)

A Certi atuou no estabelecimento de uma incubadora e condomínio de empresas, além de um parque tecnológico (o ParqTec Alfa, em 1993) e mais dois institutos tecnológicos, em Manaus e Brasília. 

Outra peça fundamental para o empreendedorismo em Florianópolis, segundo a análise da Endeavor, é o Sapiens Parque, idealizado pela Certi e estabelecido no Norte da Ilha em 2002. O parque tecnológico conta com o apoio do governo estadual e da iniciativa privada, e tem como meta chegar a um investimento total de US$ 1,6 bilhão (R$ 4 milhões) entre 2017 e 2022. 


Fonte: DiarioCatarinense.




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