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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

WikiLeaks publica material inédito sobre software de espionagem governamental


O WikiLeaks divulgou nesta segunda-feira (15/9) o quarto vazamento da série “SpyFiles”, cujo objetivo é fornecer uma “extensa e exclusiva documentação sobre a indústria global de vigilância”. O foco principal do acervo é relatar abusos cometidos sobretudo por agências governamentais de inteligência que usam softwares espiões, os chamados spywares. Os alvos são na maioria das vezes jornalistas, ativistas e dissidentes políticos. A organização disponibilizou hoje os arquivos do FinSpy para análise técnica de quem tenha interesse, e publicou também uma grande quantidade de dados sobre a empresa que atualmente o controla, a alemã FinFisher, nome pelo qual o programa também é conhecido.

“A FinFisher continua a operar descaradamente na Alemanha, vendendo malware de vigilância transformado em arma para alguns dos mais abusivos regimes do mundo. O governo Merkel finge estar preocupado com a privacidade, mas suas ações dizem o contrário. Por que o governo continua a proteger a FinFisher? Essa liberação completa de dados vai ajudar a comunidade técnica a construir ferramentas para proteger as pessoas da FinFisher, inclusive rastreando suas centrais de comando e controle”, escreveu no relatório Julian Assange, editor-chefe do WikiLeaks.
Até o final do ano passado, o malware era produzido legalmente no Reino Unido pela companhia Gamma International, que se diz especializada em tecnologias de monitoramento remoto, mas que na prática fornece soluções para vigilância ou espionagem. O produto vendeu tanto que uma outra empresa acabou sendo criada com seu nome. Segundo estimativas conservadoras, a fabricante já lucrou 50 milhões de euros com a comercialização de diferentes licenças de uso do FinSpy, bem como com a venda conjunta de diversos outros serviços de suporte.
As técnicas de infecção são silenciosas e sofisticadas, passando despercebidas pelos antivírus. Os métodos não seguem qualquer tipo de ética: no ano passado, por exemplo, os arquivos maliciosos foram nomeados com referências ao navegador Firefox, de forma a induzir o internauta de que se tratava de um download confiável. A Mozilla respondeu imediatamente e mandou uma carta a FinFisher pedindo para que parasse imediatamente com a prática. Uma vez infectado, praticamente todas as atividades realizadas no computador ou celular podem ser interceptadas.
O uso generalizado do spyware por diversos órgãos de inteligência veio à tona em 2011, e desde então a lista de clientes só aumentou. Segundo este importante relatório de 2013 feito pelo Citizen Lab, laboratório vinculado à Universidade de Toronto, 36 países usavam ou usaram a ferramenta de espionagem. Entre os 100 clientes listados pelo WikiLeaks, a organização destaca a Mongólia, que acaba de ganhar uma cadeira na Freedom Online Coalition, uma coalizão de governos que se dizem comprometidos com os direitos humanos e a privacidade na internet. Países como Itália, Holanda, Bélgica e Austrália estão entre os envolvidos, e governos autoritários como o do Egito e do Bahrein usaram o spyware contra ativistas para tentar conter a onda de protestos da Primavera Árabe.



Fonte: Revistagalileu.

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