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terça-feira, 26 de agosto de 2014

Sequoia de Cambará do Sul pode ser resquício de experiência da Nasa no espaço




Agência espacial americana reconhece que a planta que cresce na Serra Gaúcha é forte candidata a integrar a lista de árvores lunares no mundo.

Uma sequoia encravada no centro da pequena cidade de Cambará do Sul, na Serra Gaúcha, está à espera de um selo que a certifique como uma recordação da missão Apollo 14 — o terceiro pouso de uma nave espacial na Lua. Perto de ser autenticada pela Nasa, agência espacial americana, a planta deve ser a 76º árvore lunar mapeada no mundo, a terceira no Brasil e a segunda no Estado.

Sua semente pode ter sido uma das centenas que permaneceram em órbita espacial sob posse do astronauta Stuart Roosa, entre 31 de janeiro e 9 de fevereiro de 1971, tempo que durou a expedição. O que torna a história misteriosa é como e por que uma muda de árvore lunar — que não difere, genética ou esteticamente, de uma árvore normal — veio parar em um município de pouco mais de 6,5 mil habitantes, escondido no meio do Parque Nacional dos Aparados da Serra.
Um jornal amarelado, impresso pela prefeitura de Cambará do Sul em dezembro de 1982, dá uma dica: em 26 de setembro daquele ano foi realizado o plantio de “uma muda de sequoia (árvore germinada em terra lunar), fornecida pelo delegado do IBDF” (Insituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, o antigo Ibama).

O ano e a procedência são os fatores que fazem o cientista Dave Williams, responsável pelo banco de dados da Nasa, acreditar que a sequoia, imponente entre dois cambarás na Praça São José, é uma legítima árvore lunar.
Isso porque a agência espacial reconhece como oficiais, no Brasil, uma árvore plantada em 1980 na sede do Ibama, em Brasília (provavelmente um agrado do Serviço Florestal dos Estados Unidos, em nome das relações internacionais), e outra no Parque de Exposições de Santa Rosa, no noroeste do Estado, um ano e meio depois — fruto de um pedido encarecido ao órgão brasileiro feito pelo então prefeito Antonio Carlos Borges, que precisava de uma boa atração para a 5ª Feira Nacional da Soja.
— Além de ter sido um presente do Ibama, assim como a de Santa Rosa, a árvore de Cambará foi semeada mais ou menos na mesma época. São dois indícios que a tornam uma forte candidata a entrar na lista — afirma Williams.

Houston, we have a problemA condecoração da Nasa é o que falta para que a sequoia lunar, com seus 20 metros de altura, ganhe, enfim, ares de atrativo turístico em Cambará do Sul. A história parece ter sido apagada ao longo dos últimos 30 anos — e as versões dão ao fato um caráter de lenda urbana. A começar pela prefeitura, que aposta na hipótese de pura sorte:
— O que se conta é que a muda foi sorteada entre todas as cidades da Serra Gaúcha, já que a região é alta e tem clima frio, o que condiz com o desenvolvimento da espécie. Felizmente, Cambará levou essa — diz a coordenadora de turismo do município, Rosevane de Souza.
Outra chance é a de que tenha sido, assim como em Santa Rosa, um pedido do então prefeito, Pedro Constantino, já falecido. Diz a viúva, a empresária Lorene Dalanhol, que o marido era um defensor da natureza e apaixonado por Cambará – e por isso se empenhou para adquirir a muda.
— Ele tinha muitas ligações com o pessoal de Brasília. Principalmente dentro do Ibama — lembra José Antônio Brugnera, diretor de um hotel em Cambará e guia turístico na cidade há cerca de 30 anos.
O Ibama não confirma nenhuma das duas versões: os arquivos fazem referência apenas à de Brasília e à de Santa Rosa. De tanto insistir, a indústria turística local conseguiu autorização para instalar uma placa improvisada, nada mais que um papel sulfite envolto em plástico. A luta agora é por uma portaria que torne a provável árvore lunar de Cambará imune ao corte, a exemplo das outras duas.

Com a certificação da Nasa, há também a expectativa de colocar a sequoia no roteiro de paradas obrigatórias durante os passeios turísticos pela cidade, famosa pelos cânions.

— Tenho certeza que todas as pessoas que vierem para cá vão querer, pelo menos, tirar uma fotografia — afirma Brugnera.
Um pouco de história
>O astronauta Stuart Roosa levou para a missão Apollo 14, de 1971, centenas de sementes.
>Enquanto seus companheiros Alan Shepard e Edgar Mitchell desciam na Lua, Roosa orbitou o satélite, realizando experiências.
>Uma delas era avaliar o efeito da gravidade zero sobre as sementes no espaço e a posterior taxa de germinação na Terra.
>De volta à Terra, as sementes foram germinadas pelo Serviço Florestal americano e espalhadas pelos EUA. Outra parte foi doada a países como Japão, Suíça e Brasil.
>Como não diferem das árvores comuns, as plantas lunares são, para a Nasa, monumentos vivos em homenagem à missão Apollo. 
Fonte: zh.clicrbs

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